A palavra bandha significa “fecho” ou “fixação”. Deriva-se da palavra bandh, que significa ligar, fixar. Os bandhas (travas) são contrações de determinadas áreas do corpo físico, como plexos, nervos, órgãos e glândulas, que estão relacionadas aos chakras, centros da energia vital, e que funcionam como canalizadores do fluxo energético.
Os quatro bandhas utilizados no yoga são: jalandhara– contração da garganta; uddiyana – contração do abdômen; mula – contração do assoalho pélvico e jihva – contração da língua. Também existem algumas combinações deles, que recebem nomes diferentes, e que são feitos durante a prática de certos pranayamas e em algumas meditações tântricas.
Os bandhas, na dimensão física, têm o objetivo de manter o calor dentro do corpo, de maneira a evitar lesões. Na dimensão energética, são usados para evitar a dispersão da força vital e conduzi-la pelos canais adequados, visando abrir sushumna Nadi – canal central da energia vital. Essa técnica possibilita o despertar da energia sutil, conhecida como kundalini.
Inúmeros benefícios são obtidos na prática sistemática dos bandhas, tanto em nível fisiológico quanto em nível psíquico. É possível perceber melhoras no sistema endócrino, no funcionamento dos órgãos internos, no sistema nervoso, bem como no funcionamento da própria mente, que fica mais apta para a concentração.
Para se conectar com os bandhas é essencial permanecer consciente. Por exemplo, no caso do mula bandha, que consiste em contrair e elevar o assoalho pélvico, ele pode ser feito no dia a dia e não somente na prática de yoga. Isso irá facilitar a manutenção de uma postura correta em todos os momentos do dia e faz com que a pessoa se torne mais presente.
Já na prática de yoga, os bandhas associados aos asásanas, são de extrema importância, visto que o praticante ganha uma maior consciência do próprio corpo. Os bandhas funcionam como uma ponte que liga o corpo físico ao corpo sutil, nos ajudando a unir e focar as nossas próprias forças.
A seguir, a professora de Ashtanga Vinyasa Yoga, Pri Souza, dá dicas de como começar a se conectar com os bandhas e reforça a importância deles na prática de Yoga.